Serão abordados aqui os
seguintes temas: preconceito, estereótipos, descriminação, ideologia,
representação social, linguagem e comunicação. Os termos preconceito, estereótipos e discriminação
estão intimamente ligados e se referem a “atitudes ou comportamentos
negativos direcionados a indivíduos ou grupos, baseados num julgamento prévio que é mantido mesmo diante da fatos que o contradigam” (Rodrigues et al., 2003). O preconceito pode ser definido como uma atitude hostil
ou negativa a um determinado grupo, mas que não necessariamente se
manifesta através de comportamentos hostis ou persecutórios.
Segundo Rodrigues et al. (2003), para os psicólogos sociais contemporâneos, o estereótipo é a base cognitiva do preconceito. Ele pode ser definido como crenças
sobre características pessoais atribuídas a uma pessoa ou a um grupo.
Diante de situações ambíguas, tendemos a fazer atribuições consistentes
com nossas crenças e preconceitos para simplificar nossa visão de mundo.
Em alguns casos, “sentimentos hostis somado a crenças estereotipadas deságuam numa atuação que pode variar de um tratamento diferenciado a expressões verbais de desprezo e a atos manifestos de agressividade” (Rodrigues et al., 2003). A descriminação se
manifesta através de um comportamento que tem como objetivo excluir e
magoar alguém. Entre alguns grupos que são alvos de preconceito e
discriminação podemos citar os negros, os homossexuais, os doentes
mentais, entre tantos outros.
Mudando um pouco de assunto, mas sem perder o foco, falaremos um pouco do conceito de representação social. Segundo Strey et al (1998), “as representações sociais são ‘teorias‘ sobre saberes populares e do senso comum,
elaboradas e partilhadas coletivamente, com a finalidade de construir e
interpretar o real”. Elas são o equivalente, em nossa sociedade, aos mitos e sistemas de crença das sociedades tradicionais (MOSCOVICI, 1981, apud STREY et al, 1998).
Podemos aqui estabelecer uma relação
entre as representações sociais e os estereótipos, mencionados
anteriormente. Assim como os estereótipos servem para simplificar nossa visão de mundo, as representações sociais servem para tornar familiar o não familiar, conhecido o não conhecido. Muitas vezes por medo do desconhecido fazemos comparações com algo que supostamente conhecemos e generalizamos essas características para todos os indivíduos que fazem parte de determinado grupo.
Falaremos agora um pouco sobre ideologia. Definir o que é ideologia certamente não é tarefa fácil, afinal não existe um único significado que contemple toda a complexidade e diversidade do termo. No entanto, é importante ressaltar que a ideologia pode ser positiva ou negativa, neutra ou crítica.
A ideologia no sentido positivo ou neutro pode
ser definida como um conjunto de valores e ideias de uma pessoa ou
grupo. Essa concepção positiva ou neutra caracteriza os fenômenos como
ideológicos sem, necessariamente, significar que eles são enganadores,
ilusórios ou ligados a interesses de um grupo em particular que tem
vantagens sobre o outro. Nesse sentido, podemos afirmar que todos temos
ideologias pois todos temos nossos próprios valores e ideias. Já a
ideologia no sentido negativo ou crítico é constituída por ideias distorcidas e enganadoras, algo que tem como objetivo obscurecer a realidade e enganar as pessoas. Ela expressa através de relações desiguais,ou seja, relações de dominação.
Para dar sequência à conceituação dos termos, falaremos a seguir sobre a linguagem, que pode se manifestar através da fala, da escrita, de gestos, etc. Não podemos falar em linguagem se falar em comunicação.
Segundo Strey (1998) é impossível não se comunicar porque mesmo quando
estamos em silêncio estamos comunicando algo. A linguagem tem um papel
muito importante em nossas relações sociais, através dela comunicamos
nossas ideias, pensamentos, dúvidas, etc. Ela é ao mesmo tempo individual e social, através dela nos transformamos e transformamos nosso meio.
Como pode ser visto, todos esses conceitos (preconceito, estereótipos, discriminação, ideologia, representação social, linguagem e comunicação) estão interligados e
é impossível falar de um sem mencionar o outro. Além disso, mesmo que
passem despercebidos, todos estão presentes em nosso dia-a-dia e todos
nós, por mais que neguemos, temos nossos próprios preconceitos e nossas
ideologias. É importante ressaltar que esses dois conceitos nem sempre
são negativos e que precisamos reconhecê-los pois somente assim
poderemos trabalhá-los para evitar injustiças e descriminação.
*Introdução à Psicologia Social
*Introdução à Psicologia Social
Referências:
Strey, M. et. al. Psicologia Social Contemporânea. Petrópolis: Vozes, 1998.
Rodrigues, A. et al. Psicologia Social. Petrópolis: Vozes, 2003.
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Um ótimo final de semana.
Abraços forte