Consumo de Drogas na Gravidez II: Álcool e Cafeína

quarta-feira, 17 de outubro de 2012 | 15:11 | Por Comente!
Álcool: Cerca de cinco bebês em cada mil nascidos nos Estados Unidos sofrem de síndrome alcoólica fetal (SAF), uma combinação de retardo no crescimento, malformações da face e do corpo e transtornos do sistema nervoso central - e sua incidência parece estar aumentando.

Problemas relacionados ao sistema nervoso central podem incluir, na primeira infância, redução da responsividade a estímulos e tempo de reação lento, e, durante toda a infância, tempo de atenção reduzido, distração, inquietude, hiperatividade, deficiências de aprendizagem, déficits de memória e transtornos do humor.

Estima-se que a SAF e outras condições menos severas relacionadas ao álcool - todas classificadas como transtornos do espectro alcoólico fetal (TSAF) - ocorram em quase um em cada cem nascimentos. A exposição pré-natal ao álcool é a causa mais comum de retardo mental e a principal causa evitável de defeitos congênitos nos Estados Unidos (Sokol et. al., 2003). É também um fator de risco para o desenvolvimento de problemas com a bebida em jovens adultos.

Mesmo assim, cerca de 10% das gestantes nos Estados Unidos dizem ingerir álcool, 2% em grande quantidade ou com freqüência. Além disso, mais da metade das mulheres em idade de reprodução não usam nenhum contraceptivo (e que, portanto, podem engravidar) afirma fazer uso do álcool.

Mesmo o consumo social moderado de bebida alcoólica pode prejudicar o feto, e quanto mais a mãe bebe, maior é o efeito. O consumo moderado ou excessivo durante a gravidez parece perturbar o funcionamento neurológico e comportamental do bebê, e isso pode afetar as primeiras interações sociais com a mãe, que são vitais para o desenvolvimento afetivo. Num estudo longitudinal envolvendo 501 mulheres da maternidade de uma universidade urbana, mesmo aquelas que consumiram apenas pequenas quantidades de álcool durante a gravidez tendiam a ter crianças que eram incomumente agressivas entre seis e sete anos, e futuras mães que bebiam entre moderada e excessivamente tendiam a ter crianças-problemas ou delinquentes.

Como não há nível seguro para a ingestão do álcool durante a gravidez, é melhor evitá-lo a partir do momento em que a mulher pensa em engravidar até interromper a amamentação.

Alguns problemas relacionados à SAF desaparecem após o nascimento; outros, como o retardo, problemas comportamentais e de aprendizagem e a hiperatividade tendem a persistir. Enriquecer a educação ou o ambiente geral dessas crianças não contribui significativamente com seu desenvolvimento cognitivo, mas poderá haver menos probabilidade de desenvolver problemas comportamentais e de saúde mental se forem diagnosticadas logo no início e forem criadas em ambientes estáveis, onde elas recebam cuidados necessários.

Cafeína: A cafeína que a gestante ingere no café, no chá, nos refrigerantes à base de cola ou no chocolate pode causar problemas para o feto? Na maior parte das vezes, a resposta é não. Parece claro que a cafeína não é uma substãncia teratogênica para bebês humanos. Um estudo controlado de 1.205 mães e seus recém-nascidos não identificou nenhum caso de criança com baixo peso no nascimento, nascimento prematuro ou retardo do crescimento fetal devido ao uso da cafeína. No entanto, quatro ou mais xícaras de café por dia durante a gravidez podem aumentar consideravelmente o risco de morta súbita na primeira infância. Estudos sobre uma possível ligação entre o consumo de cafeína e o aborto espontâneo tiveram resultados variados.


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