Depressão: Causas, Sintomas e Tratamento

quarta-feira, 1 de agosto de 2012 | 10:32 | Por 3 comentários
A depressão não tem hora nem lugar para aparecer. Pode surgir em qualquer pessoa independente do sexo, idade, condição social ou econômica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2030 a depressão será a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.

Depressão é a tristeza quando não acaba mais. É uma doença que ataca tão derrepente, que a maioria dos que sofrem dela nem percebem que estão doentes. De cada dez pessoas que procuram o médico, pelo menos uma preenche os requisitos para o diagnóstico de depressão.

A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.

A depressão evolui continuamente para quadros que variam de intensidade e duração. Nos casos mais simples, a pessoa pode curar-se por conta própria em duas a quatro semanas. Passado esse período sem haver melhora, os especialistas recomendam atenção e tratamento, porque a depressão prolongada pode levar a suicídio e mortes por causas naturais.

Causas

A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.

Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.

Sintomas

O diagnóstico de depressão requer a presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas que incluam obrigatoriamente espírito deprimido ou anedônia, durante pelo menos duas semanas, provocando distúrbios e prejuízos na área social, familiar, ocupacional e outros campos da atividade diária.
  1. Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias;
  2. Anedônia: interesse ou prazer diminuído para realizar a maioria das atividades;
  3. Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional;
  4. Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;
  5. Problemas psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias;
  6. Falta de energia: fadiga ou perda de energia, diariamente;
  7. Culpa excessiva: sentimento permanente de culpa e inutilidade;
  8. Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar ou concentrar-se;
  9. Idéias suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.
De acordo com o número de itens respondidos afirmativamente, o estado depressivo pode ser classificado em três grupos:
  1. Depressão menor: 2 a 4 sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado deprimido ou anedônia;
  2. Distimia: 3 ou 4 sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois anos, no mínimo;
  3. Depressão maior: 5 ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou anedônia.
São sintomas de depressão:
  • Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia
  • Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas
  • Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis
  • Desinteresse, falta de motivação e apatia
  • Falta de vontade e indecisão
  • Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio • Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte.
  • A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio
  • Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom "cinzento" para si, os outros e o seu mundo
  • Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento
  • Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido
  • Perda ou aumento do apetite e do peso
  • Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo)
  • Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.
Tratamento

O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.

Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão. A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.

O uso de fármacos no tratamento de depressão e ansiedade é algo muito comum. Mas para a psiquiatra americana Sheenie Ambardar, o bem-estar emocional pode ser alcançado com atitudes bem simples. O site Huffing Post listou dez ações simples que ajudam a conter quadros de ansiedade e depressão e contribuem para melhorias na saúde mental. Dentre elas, estão as seguintes dicas:
  • Viva sua vida: muitas vezes, a depressão surge quando a pessoa percebe que não vive sua própria vida e está sempre em busca de agradar os outros. Mas, a vida é sua e você precisa estabelecer limites e evitar as influências negativas
  • Não se compare: viver se comparando com os outros pode ser uma das maneiras mais rápidas de agravar a depressão e ansiedade. Tente se concentrar em você mesmo, em sua própria melhoria, e sua própria vida
  • Tome vitaminas: óleo de peixe e as vitaminas do complexo B são ótimos aliados para combater a depressão. Estudos apontam que o óleo de peixe, por ser rico em Ômega 3, pode afastar alguns sintomas deste transtorno. Enquanto as vitaminas do Complexo B são úteis na regulação do humor 
  • Converse: frequentemente, pacientes deprimidos se sentem solitários. Muitos passam dias ou até mesmo semanas sem ter contato com outras pessoas. O simples ato de interagir pode melhorar o humor. Ações como falar “bom dia” ou simplesmente sorrir para estranhos podem melhorar bastante o seu dia 
  • Leia sobre espiritualidade: isto pode parecer estranho, principalmente para ateus e agnósticos. Mas, ler sobre espiritualidade por ajudar a ver a grandiosidade do universo. Isso nos faz recuperar o sentimento de conforto e domínio sobre nossa vida 
  • Tenha objetivos: não importa se você tem pequenos ou grandes objetivos. O importante é ter metas, como perder alguns quilos, praticar novos esportes ou até mesmo viajar para lugares desconhecidos. Vagar sem rumo pode criar um desconforto emocial. Ao se dedicar a algo que lhe faça bem, sua vida terá mais sentido 
  • Experimente o silêncio: as pessoas que tiram um tempo para elas têm menores chances de desenvolver quadros depressivos. Se possível, reserve ao menos 15 minutos do seu dia para meditar, fazer ioga, ler um livro, fazer uma oração ou até mesmo tomar um banho demorado. Isso afasta problemas e pensamentos negativos da rotina
  • Busque a felicidade: ser feliz é um estado de espírito, e demanda prática e esforço para ser conquistada. Você tem que estar disposto a cortar os maus hábitos e pessoas, e fazer mudanças em suas próprias expectativas. Mas relaxe e não tenha pressa. Você deve respeitar seu tempo.
- Leia também: Depressão, por Pedagogia do Ser

Fontes: http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/diagnostico-de-depressao/
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3 comentários:

  1. O ano passado tive uma crise que durou uns 10 meses, não foi fácil! Fiz tratamento com terapia e medicamentos. Mas o mais difícil foi aceitar, demorei para procurar ajuda, pois eu não aceitava estar doente, por causa dessa demora perdi uma semestre da faculdade e deixei o emprego. Então indico a quem está sentindo os sintomas a aceitar e procurar ajuda médica, claro que acreditar na própria força para melhorar é fundamental, mas temos que procurar ajuda médica! Hoje estou bem melhor, voltei a trabalhar e já faz 4 meses que levanto de manhã sem vontade de morrer. E já estou sem medicamentos. Quero desejar a quem está passando por isso muita força e dizer que tem como superar. Abs

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  2. meu marido esta passado por esse momento muito rui na vida esta com crise de depressaó a 2 anos agora adiquiriu sidrome do panico e esta com bipolaridade so fala em morrer me manda embora toda hora estamos casando apenas 3 meses e as coisas estaó muito rui para min e para ele aguei me de uma luz por favor

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