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"Permita nos apresentar como Anonymous, e Anonymous apenas. Nós somos uma ideia. Uma ideia que não pode ser contida, perseguida nem aprisionada." |
Aquilo que começou como uma brincadeira on-line de jovens
anônimos em sites como 4Chan evoluiu para um movimento (h)activista que provou
o seu poder enfrentando adversários poderosos como a Igreja da Cientologia, a
Sony e o FBI, antes de tomar as ruas e se tornar o movimento Occupy. Em apoio
ao Wikileaks, conseguiram travar os sites do Pay Pal e Visa e ofereceram o seu
apoio e conhecimento para os jovens da Tunísia, Egito e Irã na Primavera Árabe. Como se auto-intitulam, Anonymous é uma ideia, que representa amplamente o conceito de qualquer e todas as pessoas como um grupo sem líder.
O coletivo Anonymous começou sendo associado ao hacktivismo
colaborativo e internacional, de indivíduos não identificados de várias partes
do mundo, que atribuíam o rótulo de “anônimos” a si mesmo, por não serem uma organização,
nem terem líderes, por falarem “por uma só voz”. Eles realizaram protestos e ações defendendo e
promovendo a liberdade na Internet e a liberdade de expressão no geral, combatendo ações de censura, principalmente na internet, mas também na vida real.
O grupo ganhou atenção
mundial com o “Projeto Chanology”, uma série de protestos que realizaram contra
a Igreja da
Cientologia. A Igreja emitiu um pedido de violação de
direitos autorais contra o YouTube, pedindo a remoção de um vídeo. Eles
consideraram a ação da Igreja da Cientologia contra o Youtube como uma forma de
censura na internet. Em resposta a isso, o grupo formulou o projeto chanology. Em 21 de
janeiro de 2008, os indivíduos que afirmavam falar pelo grupo fizeram sua
primeira aparição, anunciando seus objetivos e intenções através de um vídeo
postado no Youtube, intitulado "Mensagem para a Cientologia". Depois
de começarem a ganhar notoriedade, eles sentiram o poder de mobilização que
tinham, e viram que era mais forte do que se pensava. Alguns membros foram
investigados e até presos por vários dos “ataques” que se seguiram, em diversos
episódios. A partir daí, alguns membros do Anonymous começaram a se mobilizar para o bem, abordando outros tipos de questões políticas, principalmente a favor do direito dos povos
diante de seus governantes.
Anonymous não possui um
líder ou partido controlador, e depende do poder coletivo dos participantes em
agir de uma maneira que o resultado beneficie o todo. "Qualquer um pode se tornar Anonymous e
trabalhar em direção a um certo objetivo..." um membro do Anonymous
explicou para o jornal Baltimore City Paper. "Nós temos essa agenda, na qual todos concordamos,
coordenamos e seguimos, mas todos andam independentemente em sua direção, sem
nenhum desejo de reconhecimento. Queremos apenas fazer algo que sentimos que é
importante que seja feito...”
Vamos nos motivar e perguntar porque há tanta inquietação, ou privação de direitos, ou raiva, que levaria as pessoas a se juntarem a isso? Porque esse "grupo de hackers adolescentes" conseguiu incomodar tanto uma elite tão poderosa?
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"Nós somos os 99%. Nós somos um." |
A ideologia Anonymous passa a importantíssima mensagem de inconformismo diante de uma sociedade elitista que oprime e escraviza. Eles gritaram "nós cansamos disso, cansamos de ser escravos do seu poder!", e de tanto incomodar, se fizeram ouvir, foram temidos. Tal história deixou de se
tratar de hackers e passou a dizer respeito a filosofia e psicologia humana, principalmente por lutar defendendo uma das maiores e mais democráticas armas que a população tem atualmente, que é a internet.
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Como nos diz um dos membros no documentário chamado We Are Legion: The Story of the Hacktivists, "Se você tem poder ou dinheiro na vida real, não importa nada na internet. O que importa na internet são suas ideias, quão inteligente você é. Sua opinião importa. E quando certas organizações querem estender seu poder sob a internet, não vai acontecer, por causa do Anonymous."
Tem muitas pessoas no Anonymous que sentem bem profunda e sinceramente sua contribuição para a democracia ao redor do mundo. Existem coisas que os Anonymous fizeram que não são de se orgulhar. Mas quando ficam contra a censura, contra a opressão de governos, é algo muito nobre.

"Nós somos um dentro de nossa causa. Anonymous não é um grupo, nem uma associação. Anonymous é apenas uma ideia. A ideia de liberdade verdadeira, um mundo livre de corrupção, opressão e tirania onde nós podemos viver nossas vidas como verdadeiramente somos e sermos aceitos por isso. Uma ideia que procura defender tais liberdades e seguir o caminho próprio no melhor interesse das pessoas desse planeta, ao invés de atender às contas bancárias de uma pequena porcentagem da elite rica e políticos corruptos e funcionários do governo. Ao compartilhar essas ideias e princípios, somos todos Anonymous. Ser Anonymous não significa que você é um hacker, muito menos um criminoso. Ser Anonymous simplesmente significa que compartilha os valores e princípios de liberdade, sua defesa e busca por ela. Nós somos pessoas comuns, preocupadas com o estado deste mundo. Somos seus vizinhos, seus amigos, sua família. E unidos por essa ideia que chamamos Anonymous, nós desejamos mudança. Desejamos uma maneira mais produtiva de vida, livre das restrições que a sociedade colocou em nós; livre de divisões. Um mundo com governantes mais transparentes que trabalham para o povo, ao invés de trabalhar contra. Nós não vamos mais participar e tolerar esse sistema de servidão. Nossa unidade será nossa fortaleza. Nosso respeito e compreensão pelas diferenças pessoais será nossa fundação. Nossa causa será nossa ofensiva e nossa dedicação, inteligência e filosofia será nossa defesa. A mudança está vindo, e nós podemos olhar e caminhar para ela. Unidos como um, dividido por zero. Nós somos Anonymous. Nos aguarde."
*Informe-se!
- Pra assistir: We Are Legion: The Story of the Hacktivists (documentário)
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