Transtornos Alimentares e Depressão

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013 | 16:15 | Por Comente!
Pessoas com distúrbios alimentares podem sentir que eles não são bons o suficiente, de alguma forma e ver a perda de peso como um caminho para a felicidade e sucesso. Transtornos alimentares, como anorexia nervosa e bulimia nervosa são sérias ameaças para a saúde física e psicológica, além dos efeitos físicos nocivos provenientes de atos de compulsão alimentar.
“A baixa auto-estima, aliada aos padrões "utópicos" impostos pela indústria da moda, são responsáveis pelos transtornos alimentares como a anorexia. Esses transtornos, porém, podem ser curados se identificados e revertidos a tempo”
Segundo Tomasso, que é psicólogo e psicoterapeuta, em entrevista a UOL News, “a anorexia é causada por uma distorção na auto-imagem: a pessoa se vê muito mais gorda do que realmente é.” Para compensar, essas pessoas restringem a quantidade de alimentos que ingerem ao longo do dia ou se sobrecarregam de exercícios. Tudo para se enquadrar nas imagens vendidas em editoriais de moda e comerciais. Além de acompanharem na mídia o padrão do que é belo e desejável, muitas vezes veem seus pais lidando com o corpo de maneira patológica.

Mulheres que sofrem desse transtorno podem não menstruar por períodos longos e ficar estéreis no futuro. Ainda têm chances de desenvolver osteoporose e de ter problemas cardiovasculares. Quanto antes o distúrbio for identificado, maiores as chances de tratá-lo. O sinal é que as pessoas passam restringir a quantidade de alimentos que comem.

A anorexia - doença que atinge entre 0,5% e 1% da população - não é o único transtorno alimentar. Existem pessoas que comem compulsivamente ou sofrem de bulimia. De acordo com o psicólogo, é preciso avaliar a auto-imagem e procurar ajuda quando esses sinais começarem a se manifestar.

A baixa autoestima é um dos principais fatores da anorexia, muitas vezes adolescentes ou crianças obesas veem na perda de peso um meio para se sentirem bem aceitos pela sociedade, mas muitas vezes o culto ao corpo ultrapassa o limite do bom senso e da saúde, levando a transtornos alimentares como a anorexia uma das principais causas de morte das mulheres entre 11 e 20 anos em todo mundo.

Aproximadamente 30% das pessoas que procuram tratamento para emagrecer apresentam depressão. Em comparação com os magros, quem sofre com o excesso de peso tem até três vezes mais risco de, em alguma fase da vida, ficar deprimido.
“No Hospital São Vicente de Paulo, no Distrito Federal, de 300 pessoas que sofrem com a depressão e são tratadas com antidepressivos, 186 estão com a barriga saliente, com gordura de sobra. As informações são de um estudo recente da Universidade de Brasília. Esses dados não apontam como se dá a associação entre um mal e outro, mas demonstram o quanto ela é forte.” (PEIXOTO, 2012)
É evidente que a preocupação com a alimentação é algo que deve ser aprendido desde a infância, pois a obesidade infantil também se apresenta como um problema atualmente. 

Com a auto-estima abalada, existem duas tendências sociais angustiantes para pessoas acima do peso ideal; uma é a grosseira e desumana discriminação estética e a outra é encarar o obeso como uma pessoa que não tem força de vontade e que ele é assim por que é preguiçoso. Algumas vezes, isto gera preconceito em relação à pessoa obesa, dificuldades para relacionamentos sociais e afetivos, problemas para encontrar emprego e até mesmo quadros psiquiátricos conseqüentes desta marginalização.
“Nossa cultura altamente consumista tem por hábito a ingestão excessiva de alimentos supérfluos, como doces, salgadinhos, e guloseimas. Inclusive no relacionamento social, agraciamos nossas visitas, amigos, clientes ou grupos culturais com jantares, lanches, happy hour, cafezinho, bolo. Além da nossa cultura que alimenta essa tendência, o mundo moderno traz obesidade, ou seja, quanto mais as cidades se urbanizam e a tecnologia se expande, mais aumenta a prevalência da obesidade.” (SORAYA, 2007)
Contudo, a preocupação com o peso deve ser baseada na saúde, sendo necessário desvincular os conceitos de magreza e saúde, pois nem sempre quem está magro está saudável. A atividade física faz bem pra saúde, eleva a liberação de endorfina, substância que promove o bem-estar. Mudanças na alimentação são importantes. O corpo é uma máquina, para funcionar direito precisa de combustível.

Leia também: *Anorexia
*Adolescentes obesas acreditam que ser magro é ser feliz

Sugestão para assistir:
"Muito Além do Peso" (documentário)

Referências: UOL News
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